Por Barbara Chagas e Larissa Siqueira

Com o recente sucesso do seriado “The Walking Dead”, baseado numa série de quadrinhos homônimos e criada por Robert Kirkman, ficou claro que o novo rumo do entretenimento são as adaptações. Principalmente com a repercussão das franquias de Hollywood, baseadas na literatura ou nas histórias em quadrinhos.
As adaptações dos livros parecem ter virado tendência nos últimos anos em Hollywood. Grandes sucessos literários, como O Senhor dos Anéis e Harry Potter arrebataram as bilheterias. Agora, o fenômeno dos vampiros reinventado com a saga Crepúsculo e iniciado com Drácula de Bram Stoker e Entrevista com o Vampiro, chegou até as telinhas, com True Blood e The Vampire Diaries. Outro segmento que parece ter virado febre são as transformações de games em filmes. Alguns, como a série Resident Evil e a saga de Lara Croft, ficaram marcados tanto na telona quantos nos vídeo games e computadores de pessoas de todas as idades.
— O público que não teve acesso a determinado produto lançado em uma mídia que não consome (por exemplo, Walking Dead em HQ) pode não só conhecer o produto em uma mídia diferente (TV) e depois ir buscar o original caso se interesse bastante pelo tema. Adoro esse tema da "cultura da convergência" e acho que é nisso que o futuro das mídias reside (seja qual for o ramo de negócios) — comentou Camila Saccomori, editora do site Donna e colunista de TV do jornal Zero Hora e do Diário Catarinense.
Mas nem só em Hollywood vivem as adaptações. Clássicos de Machado de Assis, por exemplo, já viraram filmes e até mini-séries, como em Memórias Póstumas, lançado em 2001, e Dom e Capitu, filme e mini-série, respectivamente, baseados em Dom Casmurro. Algumas histórias que começaram na TV e agradaram ao público, foram parar nas telonas, como A Grande Família e Os Normais, este com direito até a uma continuação. Lançado este ano nos cinemas, O Bem Amado foi uma peça escrita por Dias Gomes em 1962 e adaptada pelo mesmo em telenovela, em 1973, e série televisiva, entre 1980 e 1984. Para janeiro de 2011, está prevista uma nova adaptação para a TV da história do prefeito Odorico Paraguaçu. Mas será que tantas adaptações permanecem fiéis à história original?

— A maioria do público até topa uma "adaptação livremente inspirada" no produto original, não necessariamente seguindo a história tim-tim por tim-tim. Tenho o exemplo de GOSSIP GIRL como o mais notável. Todo o conteúdo do primeiro livro foi abordado no primeiro episódio da série. Isso inicialmente frustrou os fãs mais nervosos, porém já no segundo episódio a série mostrou que não seria uma cópia fiel dos livros da Cecily von Ziegesar e, então, conseguiu se firmar na grade. Muitos personagens mudaram de rumo, outros têm perfil bem diferente do original e nem por isso essa falta de fidelidade narrativa fez o show perder audiência. Hoje em dia outra série teen está com esse mesmo mote: Pretty Little Liars. Quem já leu os livros sabe de muita coisa que os fãs só da TV não sabem, mas mesmo assim todos assistem ao mesmo tempo e trocam ideias sobre a trama — exemplifica Camila.
Outro “filão” das adaptações são as HQs, ultimamente as maiores fontes para roteiros. Homem de Ferro, Sin City e o recente RED são só alguns exemplos. Na TV, Batman fez sucesso nos anos 60 e Hulk, na década de 1980. Isso sem contar as inúmeras adaptações que os super-herois da Marvel e da DC Comics possuem. Os zumbis invadiram a programação agora com The Walking Dead, que teve audiência de cerca 5.3 milhões de pessoas só na exibição do piloto nos EUA. É esperar para ver qual será a próxima surpresa que nos aguarda.

Assista abaixo um depoimento do estudante de Desenho Industrial, Rafael Pereira: